Wednesday, March 23, 2005

6. Morrer – e renascer flor

Não chegamos ao final do quinto mês. Aborto prematuro da relação, a meu ver. Impossibilidade total de M., segundo ele mesmo. Não importa o que ele tenha dito, o tamanho do querer só faz machucar. Sem contato, notícia, em silêncio, choro minhas dores, tento conter minha vida, seguir em frente.
Só deus sabe o quanto dói. Hoje me entoquei, não tive coragem de encarar o mundo só eu, cara e coragem. Pra quê? Fiquei aqui, arrumei umas coisinhas, teci mais um pouco – preciso comprar mais fita – e empastelei na frente da TV.
Dei um perdido em duas amigas
Escrevi quatro linhas: Achar uma forma para a dor
Escrever, se jogar no sofá, dormir fora de hora, chorar.
Ouvir música, tentar conter uma dor sem tamanho, cruel. Perdida, preterida, abandonada. Raiva? Muita. Vontade de matar, de bater, de amassar. Medo de ter que encontrar e foi isso que me segurou aqui dentro hoje. No meu castelo nada pode me atingir, ele não pode me alcançar, nem me machucar. (09/02/03)

Assim Caminha a Humanidade
(Lulu Santos)

Ainda vai levar um tempo
Pra deixar o que feriu no vento
É natural que seja assim
Tanto pra você
Quanto pra mim

Ainda leva uma cara
Pra gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de gorila e sem vontade

Não vou dizer que foi ruim
Também não foi tão bom assim
Não imagine que te quero mal
Apenas não te quero mais